6/13/2007

Apetece-me mais escrever do que ler. E como não tenho nada para fazer, cá vai merda.

Capuchinho Vermelho - uma análise à sociedade lisboeta no princípio do milénio III

Capuchinho vermelho ia a sair de casa, quando a sua Mãe lhe pediu para levar uns bolinhos que tinha feito, à Avó, que estava de cama.

Capuchinho explicou à Mãe que não percebera que os bolinhos eram para a Avó e que os tinha comido.

- Ai, Sónia Raquel! Vais apanhá-las, mas é que desta é mesmo, ora anda cá que já vais ver como é que elas mordem!

E tentaram solucionar o problema, mas a porrada não fez os bolinhos voltar, apenas quimo.

Então, a Mãe da Capuchinho lá fez umas panquecas e mandou um doce de avelã para a Capuchinho dar à Avó.

Capuchinho saiu do 3º-H, percorreu o caminho até ao elevador, sempre com uma lancheira com umas caixas da Curver estilo Tupperware com as panquecas e o doce e foi a correr até ao Metro.

No metro, encontrou um mendigo barbudo:

- O que é que levas aí no termo, menina?
- Ai, é uma coisas para a minha Avózinha que está doente...
- E onde é que mora a tua Avózinha?
- Na Rua das Trinas, 87, 1º andar.
- Tassebem...

Capuchinho continuou o seu caminho até à rua onde Cesário Verde viveu [já estamos a aprender], tocou à campainha do 1º andar, subiu, saltou um degrau podre, bateu à porta lá em cima, a brasileira que vivia com a Avó, para a Avó não estar sozinha à noite, abriu a porta e Capuchinho entrou.

Chegada ao quarto da avó, ao fundo do corredor à esquerda, a velhinha simpática começou a falar:

- Olá, querida, ai, então? Viestes visitar a tua velhota, foi?
- Oh Avó, a Avó que até era uma senhora queque está a falar de uma maneira esquisita!
- Ai filha, não ligues, é do Parkinson...
- Mas a Avó não tinha era Alzheimer?
- Porra, que não mando uma pá caixa - diz a Avó entredentes.

Capuchinho, chegando-se, tem, então, uma reacção inesperada:

- AHHH! É o mendigo que eu conheci no metro! Então, como é que está? Por acaso não viu a minha Avó, não?
- Pá dá cá mas é os bolos que a velha já cá não canta...
- Então? Como é que se pede?
- Se faz favor...
- Ah, bem, tome lá.

E chegando-se, Neide Marcelina, a empregada brasileira perguntou, baixinho, a Capuchinho:

- Ô menina Sônia Raquel, sua Avózinha ficou estranha, desde que eu voltei de ir ali no café com o meu namor... desde que eu voltei das compras, é...
- Pois, Neide, de facto é outra pessoa...
- Ah, não acha não que devíamos chamar a Polícia para encontrar sua Avózinha?
- Oh, a estas horas já a estão a vender às peças em Marrocos...
- Isso é os carros, as pessoas não dá não...
- Então ligue lá, pode ser que ainda a encontrem.

E enquanto o mendigo comia as panquecas

- Isto é doce de quê?
- Avelã, porquê?
- Nada, mas já comi melhor...
- Pá cale-se.

Capuchinho e a brasileira foram até à entrada do prédio receber os polícias e fazer um plano maquiavélico para tramarem o mendigo.

Chegados lá acima, encontraram o mendigo a dormir, talvez por estar cheio com as panquecas ou por ter, possivelmente, encontrado os Valdisperts da senhora.

Do outro lado da casa, começaram a ouvir-se guinchos. A Avó acordara

- Senhora Maria do Rosário? - gritou prontamente a brasileira
- Sim, Neide, filha, estou aqui no poliban e não consigo sair, este malandro tirou-me o tapete para não escorregar e eu tenho medo de partir a anca a aventurar-me daqui para fora, anda cá, filha se fazes favor
- Vou sim, minha senhora.
- Olá Avó!!! - gritou Capuchinho para o ar, tentando cumprimentar a senhora.
- Quem é?
- É a Sónia Raquel, 'vó.
- Ah! Filha da minha Suncinhas?
- Não, Avó, filha do Pai Vasco.
- Ai, filha, não digas isso do "Pai Vasco" que é tão parolo, anda cá, Neide, se fazes favor, mulher!

Neide foi ajudar a senhora a sair do poliban enquanto Capuchinho e o polícia decidiam o que fazer com o mendigo.

- Olhe, eu já só me lembro da história do capuchinho vermelho, até por causa deste meu corta-vento vermelho
- Encarnado, filha, - interrompeu a Avó assomando à porta da saleta - ai, falhei na educação dos meus filhos - lamentou-se.
- Pois, isso... - cedeu, embaraçada, Capuchinho.
O polícia pigarreou
- Então voltando ao assunto, o que é que fazemos com o mendigo?
- Lá no Brasil seria castrado...
- Ai, filha, não sejas terceiro-mundista! Que horror! - indignou-se a velha senhora
- Eu proponho que vá dentro! - exclamou, como indica a pontuação, Capuchinho.
Indignadíssima com o que a neta dissera, a Avó insurge-se:
- Ai, querida, não digas assim, diz que vá para a cadeia ou assim, agora "dentro", ai realmente não sei onde é que falhei a educá-los estão uma coisa... Pois, mas pronto, acho bem que sim, agora Neide, faça-me o chá que eu vou-me deitar.

Capuchinho apanhou um taxi para voltar para casa, gastando um total de 17 euros com esta aventura (1,30 com o bilhete de ida e volta do metro, volta esta que acabou por não utilizar, e o resto com o taxi). O mendigo foi condenado a 6 anos por burla qualificada, mas saiu ao fim de três, com pena suspensa. A avó bebeu o chá e morreu horas depois. O polícia, nessa noite, quando chegou a casa, deu uma sova à mulher. Neide, a brasileira, eliminou as provas da presença de cianeto no chá da senhora, foi buscar algumas jóias ao fundo falso do armário da Avó, voltou para o Brasil e agora tem um negócio de sucesso de exportação de havaianas.

Morais da história: os maus vão presos, mas conseguem a redução das penas;
as brasileiras têm olho para o negócio;
depois de um dia cansativo no trabalho, alguns maridos descomprimem nas mulheres;
nunca vás da Lapa aos Olivais de taxi, mesmo que te roubem a carteira no metro, sai mais barato.

Nouveau Style du Blogueur

Fui descobrindo recentemente um novo estilo que as pessoas que não têm estilo a escrever usam muito, quando, por motivos de força maior, têm de escrever qualquer coisa (para o jornal de finalistas ou para um blog, por exemplo).

Vou passar a mostrar o nouveau style pseudo-intellectuel du blogueur
baseando-me no tema "finalista".

Piso este asfalto [nunca dizes asfalto, mas tens de dar o ar intelectual, não é?] mais uma vez, como se fosse uma das tantas vezes aqui entrei. Mas não, esta é a última vez que piso este chão, que entro neste edifício onde passei os últimos anos da minha vida.

Ao longo destes anos aprendi muito, cresci, [agora o humor] não só por agora ter 1,70m, mas também [e agora a parte séria] por tudo o que aprendi nestes últimos anos.

A todos os que me acompanharam nesta caminhada [os mais originais têm a mania desta metáfora dos caminhos], o meu muito obrigado/a e espero sinceramente encontrar-vos a todos num futuro próximo, pois este fim é também o princípio de algo, de uma nova etapa das nossas vidas [FETÁSTICO!!!].

Bem, uma braço

6/05/2007

Maddie, self-fulfilling prophecy ou andam a mangar ca PJ

A Maddie desapareceu, o que é horrível e espero mesmo que volte a aparecer saudável e que só a tenham raptado por terem achado que aquela menina na praia da Luz era de menos e tenham decidido fazer a surpresa de a levar para um sítio muito mais giro durante uns dias - já ia era sendo tempo de telefonar a dizer que estava tudo bem.



No entanto, mesmo que tivesse sido esta a ideia, com a pressão que os nossos queridos meios de comunicação (portugueses e ingleses) fizeram sobre o assunto e sobre a PJ, os amigos da Maddie que a tivessem levado de férias para as Maldivas ou assim, já estariam sob um stress tão grande, que provavelmente, para não correrem riscos, já teriam ido ensiná-la a nadar no sítio dos tubarões, eles no barco e ela na água. E um gin tónico a acompanhar (isto hoje está um calorão).

Bem, já se percebeu por que é que um dos títulos é "Maddie" - e a sério: quero mesmo que a miúda volte, mas estou a ficar sem esperanças... Vamos então à self-fulfilling prophecy e aos manganços(?) com a PJ:

As pessoas e alguns ingleses convenceram-se que a nossa PJ, que é das melhores "inteligências" do Mundo, só faz é porcaria e ia desleixar esta história da menina loirinha desaparecida. O que aconteceu, então, foi o seguinte: começou a haver grande pressão sobre a PJ, foram forçados a dar informações que ainda não deveriam ter dado, facilitou-se a tarefa aos maus - ou possivelmente estes sentiram-se pressionados e ocorreu a tal aula de natação com os tubarões (e o gin tónico fraquinho com 5 pedras de gelo, que isto hoje está um calorão - desculpem a inconveniência), pelo que as probabilidades de a miúda voltar sã e salva infelizmente baixaram.

A self-fulfilling prophecy é o seguinte (não ficou muito claro): assumiram que a PJ não ia ser capaz de encontrar a miúda em condições de ser entregue à família, exerceram tanta pressão (com a boa intenção de evitar este fracasso da PJ, mas com a grande estupidez e soberba de não deixar os profissionais fazer o trabalho deles), que os maus acabaram por ter acesso a informações para fugir - ou então sentiram-se, os próprios maus, tão pressionados com a divulgação, que acabaram por fazer o que ninguém que ainda tenha alguma sanidade mental queria e que eu não sou capaz de escrever.