2/09/2006

A arte de mal escrever

Abaixo está um post pouco simpático a António Lobo Antunes.

Depois de escrever o post fiquei cheio de vontade de contar uma história qualquer à la Loup Antunes. Dá um jeitão, porque não dá trabalho nenhum! Nem é preciso estruturar o texto!!!

O Capuchinho Vermelho, por Francisco Fialho Pinto, tentando imitar António de Lobo Antunes

Capuchinho Encarnado uma bela menina estava nos jardins do seu palácio quando o mordomo a veio chamar para dizer que a mae vai entregar esta mala de viagem Louis Vuitton cheia de lagostas à avó ah e leva também a kelly bag com trufas umas latinhas de caviar almas na bolsinha de lado Capuchinho obedeceu e quando manda chamar o motorista reparou que o papá chegava com o embaixador inglês what's for dinner lembrou-se ela tal como quando aprendeu inglês com o embaixador para fazer uma surpresa ao professor privado e lá foi Capuchinho ao chegar à auto-estrada, estava um lobo mau

a dizer que passava fome e as lagostas eram muito boas foi atrás do bentley de Capuchinho numa mota BMW (é suposto ser pobre, mas no meu meio, motas BMW é o pior que há!!!) e chegou lá antes de Capuchinho e matou o pessoal e escondeu a avó num louceiro de vinhática e arranjou uma amiga para substituir por cuja falta a Capuchinho daria Capuchinho viu num

louceiro o serviço chinês de chá da avó que se parecia loucamente com a anciã e foi ao quarto dar-lhe os parabéns aqui tem umas coisas que a mãe manda o gaspar está esquisito parece uma raposa está com os olhos enormes e se calhar está na altura de mandar vir a Clotilde lavar-lhe os dentes, não acha? o lobo levantou-se da cama e tentou comer as

lagostas, as trufas e o caviar Capuchinho e o motorista que a acompanhava perceberam que o lobo era o lobo, e o lobo começou a persegui-los ah tio, ainda bem que o vejo, veio à caça hoje? tio António

Champalimaud assentiu pois é que veja lá o lobo quer-me comer e nem sei o que fez à avó Champalimaud mandou vir cimento da fábrica no Brasil e encheram a barriga do lobo com cimento e atiraram-no ao fundo do lago do jardim da casa da avó ainda bem que matámos o lobo, obrigada, tio! temos aqui umas lagostas, trufas e caviar, podemos fstejar, mas a avó está sem cozinheira ah! e que horror, o lobo abriu o caviar e como demorámos algum tempo, estragou-se

FIM

Não se percebe, mas a história é conhecida...

o estilo também pode não estar perfeitamente imitado, mas transmite a impressão com que fiquei.

O truque é não pontuar, falar de coisas caras, saltar de plano de realidade sem pontuar. os parágrafos fazem-se no fim: uma mão no "Enter" e a outra nas setas. É aleatório e dá um efeito bestial...

uma braço

4 comentários:

Ana Salazar disse...

eu gosto de lobo antunes. se nao fosses tu aquele q és, eu chateava me contigo, mas já te perdoo tanta coisa, q só mais um textozito a criticar um escritor (inteligente) já nao faz mal.
emprestas me o livro?
fica bem até amanha e leva a tshirt! *

Tiago disse...

No seu meio as motas BMW são o pior que há? BEM, tenho de conhecer e integrar esse mundo maravilhoso, que é o das tias burras.
Um abraço palaciano, TAM

JMP disse...

wolf's the best!
how dare you to talk about him in that way?!
(tenho que mostrar que vim de Inglaterra e que sou fino, so viajo em low cost para disfarçar=P..)
Agora menos a brincar, ele nem é mau de todo, até gosto..
tu deves mas é ser ressabiado "méne"!
uma braço

Catarina disse...

se dúvida o melhor post que aqui tens!
quero só dizer que é importante lembrar que a mãe do capuchinho encarnado é prudente como na história original! note-se que ela entregou a mala da LV - não fosse aparecer um ladrão (e roubasse a mala) ou um violador qualquer que enchesse de lama a preciosa fendi da mamã!
e penso que é tudo...
beijinhos*