2/09/2006

Carta aberta a António Lobo Antunes

Se for o próprio, melhor... mas o destinatário nem é o Lobo Antunes.

Tio (não genético, mas com a quantidade de empregadas que tinha quando era pequenino, já percebi que é um tio, ou pelo menos acha-se - e quem sou eu para o desconvencer),

Não sei quem foi a professora primária do tio, mas desde já, fique a saber que o parágrafo serve para estruturar o conteúdo (eu sei que se acha um artista marado, que até diz "puta" e tudo, mas - e citando outras tias, mais convencionais e possivelmente intelectualmente menos desenvolvidas - não há pachorra!!!).

Eu queria citar, mas já não sei onde é que pus o livro. De qualquer maneira, não se escreve:

"No funeral do tio rico e poderoso com moooontes de criadas e mordomo e motorista e puta estava também o avô cheque, há que anos que não nos reuníamos neste escritório cheio de cachet e de encadernações caras de cabedal foge com a torre. O relógio bateu as seis, era hora de ir dar banho ao gato, mas havia uma empregada, que também era puta, que tratava disso, como de tudo em casa do tio

rico e poderoso, onde nem a água faltava quando havia cortes na rede e procederam ao enterro"

ISTO ESTÁ ERRADO!!! Artista algum que queira ganhar um prémio Nobel deve tentar saltar de plano de realidade sem sequer pontuar... Percebo que talvez quisesse descrever a relação do narrador com o "avô", mas para isso, devia tentar estruturar os textos... Não é cagar pensamentos para as putas dos leitores!

Pronto, já acabou o download e tenho de ir.

(eu também não escrevo muito melhor, mas ao menos percebe-se)

um abraço com muito poucas intimidades

deste que não é uma puta, porque largou logo o seu livro,

Francisco Fialho Pinto

2 comentários:

Tiago disse...

Também está interessado no Prémio Nobel? Para si, talvez o da Química... ou o da Paz Podre.
Bem-haja por ser quem é. TAM

Anónimo disse...

Não julgue ser fácil escrever como pensa que consegue escrever, imitando quem quiser. Apenas quem domina sublimemente a língua-mãe é capaz de proceder à sua desconstrucção, num processo de simplificação e eliminação do supérfluo que considero vital. Talvez chegue um dia a compreender, mas não é obrigatório nem fulcral, apenas engraçado. E acredie que há por aí muita coisa engraçada, mas se preferir ler Margarida Rebelo Pinto, sita-se à vontade!

"Uma braço", António