12/18/2008

Vaquinhas, vaconas magrinhas, magronas

O Tio Manel tinha uma quinta, que estava a pagar em prestações ao BPN.

As vaquinhas que o Tio Manel tinha na quinta davam leite e quando as assassinavam, também dava para se venderem para carne.

Como o Tio Manel era um homem com grandes aspirações, também tinha umas plantações.

Para conseguir o empréstimo, teve de dizer que as plantações eram de marijuana, mas na verdade só lá plantava coisas chatas e sem graça, tipo cereais.

Do negócio das coisas chatas e sem graça, do leite e da carne de vaca, o Tio Manel fazia uns dinheirinhos, que depoisitava na sua conta à ordem do BPN e todos os anos metia um bocado de parte para amortizar o empréstimo mais do que o previsto no contrato.

Os senhores do BPN engataram aquela merda toda e agora o Tio Manel tem de pagar o empréstimo, mas não pode mexer nos seus dinheirinhos.

Pobre Tio Manel.

Eis se não quando, aparece, com uns grandes óculos escuros e varrendo o chão à sua frente com uma bengala branca, a Justiça. A D. Justiça diz "Manel, não te preocupes, os tipos hão-de pagar" "Justiça, eu estou aqui deste lado" "Ah, desculpa, querido, é que isto neste sítio aqui com os barulhos fico meia destrambelhada. Como estava a dizer, querido, os tipos lá do BPN vão pagar" "E como?" "Vão pagar multas", disse a Justiça.

E depois o Tio Manel mandou a justiça à merda.

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